a colaboração harmoniosa entre os Poderes Executivo e Legislativo é um ponto positivo em meio a grave crise ocasionada pela redução nos repasses federais FOTO: TALITA ROMÊNIA
As dificuldades financeiras que afetam os municípios brasileiros, incluindo os 217 no Maranhão, têm sido uma apreensão constante para os que fazem a gestão, que precisam tomar medidas difíceis para manter o funcionamento das cidades. Em Paço do Lumiar, que possui a 13ª maior renda per capita do estado e faz parte da Região Metropolitana da Grande Ilha, a conjuntura não é diferente.
No entanto, uma nota positiva nesse cenário desafiador é a colaboração harmoniosa entre os Poderes Executivo e Legislativo de Paço do Lumiar. Nesta manhã (13), Paula Azevedo (PcdoB) se reuniu com o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Marú (Republicanos), para discutir e encontrar respostas conjuntas para esse contexto difícil.
Nos últimos oito meses, a diminuição nos repasses federais ultrapassou os R$30 milhões, com mais de R$27 apenas na educação e outros R$7 na área da saúde.
Esse problema financeiro afetou os municípios de cima para baixo, passando pelo governo federal, estadual e, infelizmente, chegando aos governos municipais. Embora as questões políticas foram debatidas, os entraves financeiros foram o foco principal da reunião. Paula Azevedo destacou a importância do encontro.
"Além de amar a cidade, assim como eu, Jorge Marú também é um gestor, e temos uma relação política respeitosa. Esta ocasião foi fundamental para compartilhar a realidade que enfrentamos. Estamos lidando com números, a matemática não fecha, e não tem como ser diferente. Como ordenadores de despesas precisamos ser responsáveis conosco e com os cidadãos, não podemos realizar milagres. Os serviços continuam a crescer, as pessoas nascem, morrem e ficam doentes, o que significa que a demanda por trabalhos aumenta, e as verbas diminuem. Como vamos honrar nossos compromissos sem sacrificar nossa cidade?," questionou.
O presidente Jorge Marú compartilha da mesma preocupação. "É lamentável que alguns sujeitos sem compromisso queiram usar essa situação nacional como palanque político. Essa crise não é apenas aqui na cidade. Agora é hora de nos unirmos em prol dos moradores. O Brasil inteiro está sofrendo com a falta de recursos, então precisamos trabalhar juntos para superar esses obstáculos o mais rápido possível", pontuou o presidente.
O panorama está tão crítico que o Governo Federal já está considerando antecipar R$10 bilhões para compensar estados e municípios com perdas no ICMS, um valor que seria transferido em 2024, mas que o governo deseja adiantar para 2023. Desse montante, R$2,5 bilhões seriam destinados aos municípios.